Você veio com os olhos cheios d'água, com desculpas angustiadas que eu fiz questão de acalmar. E com a testa nos meus ombros, você soluçou umas palavras poucas, que eu não ouvi e nem queria. Enxugando os olhos, colocou as mãos por minha face, e com a sobrancelha bragunçada, você sorriu de tranquilidade. Dái perguntou como estive esses dias todos, e me jurou que sofreu também, franzindo a testa, você fala com a boca pequena, encolhida, que eu mereci e que no fundo você fez muito bem. Mas é só nessa hora, que você confessa que não aguentava mais, que você passou a noite em claro, e que os filmes todos te faziam mal. Eu confesso também, que aqueles comerciais de tv aonde as pessoas felizes sorriam me davam uma pontada aguda no peito, mas que eu até achava bonitinho. Você se lembra de um específico, mas eu te calo com um sinal bruto das mãos, porque não quero mesmo falar disso, quero olhar a tua bochecha saliente úmida do teu choro.
pena que foi só um sonho
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
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