quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Da novela eleitoral

Começou ontem a nova temporada televisiva da corrida pela conquista do eleitorado. O horário eleitoral gratuito não é o passatempo predileto da grande massa, tampouco é o meu. Mas como todo bom chato, me preparei cuidadosamente para assisti-lo. Enchi um copo de refrigerante, abri um pacote de Doritos, apaguei a luz e pronto! Liguei a TV.
Nos primeiros dez minutos já havia me arrependido de não ter pegado também um Engov.
Não quero entrar em detalhe sobre os programas eleitorais em si, mas já estou entrando. A impressão que ficou é que mais previsível impossível. Procurarei ser breve.
O tucano José Serra, (ou como ele mesmo prefere ser denominado, num ato desesperado por intimidade e de aparente carisma), o “Zé”, prendeu-se quase que exclusivamente ao tópico “saúde”. Não pude deixar de me lembrar do Plínio Arruda, que destacou brilhantemente que Serra, o seu Zé, deve ser o maior hipocondríaco do país.
Depois Dilma Rousseff deixou claro que, se possível fosse, deixaria a barba crescer, arrancaria um dedo, e seria Lula em pessoa. Ficou até exagerado o apelo da ex ministra vinculando-se com a imagem do Presidente. Não sei, sinceramente, quem apareceu mais. Eu estava ansioso mesmo para ver a abordagem que seria feita sobre a prisão da candidata no período militar. Uma passagem de cinco segundos foi dedicada ao caso. E ponto final.
Marina silva não foi mais surpreendente. Dedicou todo o seu tempo com clichês sobre o fim do mundo conseqüente da má preservação do meio ambiente. Claro que o tema é de real importância, mas só isso?! E as propostas? Que a preservação vai mal eu já sei, mas e o que será feito? E as outras deficiências sociais?
Não bastasse a minha indignação, os outros presidenciáveis, em suas insignificantes coadjuvações, gastaram seu breve espaço midiático chorando magoas e insatisfações com o trio de candidatos principais.
Sem agressões diretas, sem revelações, sem propostas objetivas, a corrida eleitoral parece continuar sendo um joguinho de comadres inseguras.
E assim que o programa eleitoral teve fim, alguém gritou lá da cozinha:
- Começou a novela?
E eu respondi baixinho, para mim mesmo:
- Acabou de terminar.

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